Respeite seu trabalho, compre ouro

Revisado por: Matheus Bach

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Respeite seu trabalho, compre ouro

Moedas de ouro

Introdução

O ouro é um metal precioso, usado há muito tempo, como decoração, reserva de valor, símbolo de poder, contextos religiosos (espirituais) e principalmente como moeda nas trocas dos indivíduos. Sua pureza é representada pela letra “k” (quilates). É um ativo de oferta limitada (escasso), com vasta demanda e que a maioria do mundo conhece.

Existem diversas formas de ouro disponíveis no mercado, com diferentes teores de pureza. O ouro de 24k é considerado o mais puro, com 100% ou 99% de pureza, enquanto o ouro de 18k possui uma pureza de 75%. Quando o ouro não é puro, é comum que ele seja coberto por outras ligas metálicas menos valiosas e mais resistentes. Na indústria de joalherias, é comum utilizar o ouro de 18k devido à sua maior resistência, já que o ouro de 24k é mais suscetível a danos físicos, como amassados e riscos, devido à sua menor dureza.

Provavelmente você já ouviu falar de outros tipos de ouro, como o rosa e o branco; eles são resultados de misturas com outros metais (vale a sua pesquisa). A valorização do ouro é surreal. Desde 1900 até hoje (2023), o metal aumentou seu valor em 90 vezes. Antes, uma onça de ouro (1oz = 0,028349kg) custava US$ 20, mas no momento atual está em US$ 1.800. O apresentador e empresário Silvio Santos já falava: “Ouro vale mais que dinheiro” e ele estava certo!

O Brasil é um grande minerador de ouro, já a prata não é tão presente no território, grande parte vem do exterior ou é adquirida através da reciclagem de objetos (sucata), como talheres, joias, peças eletrônicas e outros. Nas joias é geralmente usada a prata 950 ou 925, que tem grande parte do seu percentual em prata pura, o restante são demais metais.

Padrão-ouro

Acredito que você já tenha ouvido falar sobre a época do padrão-ouro. Ela teve seu fim na década de 1910 , com o aumento do poder dos governos sobre a moeda e a centralização da economia. Foi criada uma demanda por moedas de mais fácil controle. As gerações que viveram nesse momento trocavam não só ouro por mercadorias, mas também prata, cobre, bronze e outros metais. Com o passar do tempo, governos começaram a atrelar o valor de suas moedas à quantidade de reserva de ouro que tinham.

Desde a década de 70, o dólar não tem mais lastro nenhum em ouro. Não acredito em um sistema baseado em metais que esteja atrelado a entidades centralizadoras. Esse sistema tende a falhar. No entanto, hoje é muito pior, já que um câmbio fixo no ouro é melhor do que um flutuante no papel. Precisamos acabar com essas instituições de regulação estatal e deixar a economia seguir o seu caminho. Assim, podemos ter um sistema saudável, voluntário e natural. Quem sabe com a volta dos metais como moedas de troca.

Para uma moeda ser segura, ela tem que estar atrelada a algo de valor, como o ouro é, e como o Bitcoin trabalha (minerando com esforço computacional). Já o dólar e outras moedas fiduciárias têm apenas papel e alguns sistemas de segurança que podem ser burlados por bons falsificadores, nada mais que isso.

Quem é beneficiado nas transações dessas péssimas moedas não é você, são os grandes bancos e o Estado. Eles têm total liberdade para fazer malabarismos econômicos, como expandir a base monetária para financiar populismo barato. O resultado disso já sabemos: os preços irão subir e os mais pobres pagarão caro, sem entender o que está acontecendo. Às vezes, até reclamam dos altos preços no mercado e culpam os comerciantes locais, mas o real culpado está andando de iate ou jatinho às suas custas, rindo da sua cara. Infelizmente, vivemos sob o capitalismo de Estado no Brasil, onde mandam os poderosos do dinheiro e da política, fazendo corporativismo e lobby. Estamos longe do laissez-faire. Uma coisa é certa: nada foi tão estável quanto o padrão-ouro até o momento.

Ouro vs Bitcoin

Com a crescente ideia de termos moedas em formato digital, impulsionada pelo avanço da tecnologia e pela adesão da população às transferências bancárias, como o Pix, TED e outras, muitas pessoas estão se distanciando das moedas físicas. Nos tempos atuais, já estamos falando até mesmo do Real em formato digital. Isso é muito assustador, pois o governo brasileiro terá ainda mais controle sobre a moeda. Devido à crescente adoção do Pix (que tem seus problemas de segurança também, mas é muito prático), vemos que o brasileiro prefere conveniência em vez de privacidade, já que esse formato de transação é controlado pelo Banco Central do Brasil .

Claro, a transição para o Real Digital provavelmente demorará um certo tempo para ser feita, porque o mercado financeiro e tributário brasileiros são completamente bagunçados. Felizmente, esse é um ponto positivo que nos garante uma segurança adicional.

Sobre o ouro e o Bitcoin , de início vamos citar suas similaridades, como: não dependem do estado para existir, resistem à censura e são duráveis. Particularmente, discordo do termo “O Bitcoin é o ouro digital”, para mim, tem semelhanças, mas tem uma diferença crucial que desmonta a frase anterior, que é a volatilidade. O ouro é pouco volátil, diferente do Bitcoin. A volatilidade desses dois ativos tem diversas causas, como adoção e especulação de indivíduos, porém, também temos outros fatores muito mais complexos do que esses citados.

O Bitcoin é uma criptomoeda que utiliza a tecnologia Blockchain . Possui diversas vantagens, tais como fácil divisibilidade, rápida transação, privacidade, descentralização e código aberto. Além disso, não possui um banco central que a regule e não pode ser falsificado. Em alguns países mais autoritários, é comum que o governo regule o acesso à informação pela internet, o que acaba dificultando as transações entre indivíduos que usam essa tecnologia.

O ouro tem a vantagem de não estar conectado a nenhuma rede. Em situações de crise energética, nenhum sistema conectado à internet funcionará, suas criptomoedas não servirão para nada, e apenas transações com elementos físicos serão possíveis, como as transações com ouro. Outras questões interessantes sobre o ouro incluem a possibilidade de fundi-lo, sua origem natural e tradicional (mesmo que não adotada pela maioria da população) e a falta de dependência de sistemas centralizados para ser usado. Vale lembrar que o ouro é uma commodity , ou seja, é um produto negociado no mercado. Resumindo, o ouro vai além de ser uma moeda comum.

Segurança do ouro

Se tem registro do uso do ouro desde 4600 a.C., diferente de diversas moedas que já vimos quebrar, no Brasil podemos citar o Cruzado Novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real e outras.

Muitas pessoas perderam todo seu patrimônio rapidamente por conta da insegurança monetária feita pelo governo brasileiro nessa época, especialmente nas décadas de 1980 e 1990. Pergunte aos mais velhos como estava a economia nessa fase, mas não pense que esse fenômeno é exclusivo de um tempo e que nunca irá mais acontecer. Uma grande favorita para sua quebra, é o Real que utilizamos hoje, é uma moeda que foi impressa de forma desenfreada nesses últimos anos, principalmente na pandemia do COVID-19.

Dinheiro só faz sentido existir se ele refletir na quantidade de produtos e serviços disponíveis no mercado, se tem dinheiro e não tem com o que gastar, irá gerar inflação, foi o que aconteceu com o álcool em gel no tempo da pandemia (COVID-19): a população tinha uma demanda por esse produto, porém, não tinha quantidade suficiente para suprir a necessidade, logo o preço aumentou, isso é básico.

Não adianta ter dinheiro em abundância, ninguém come papel (moeda). Uma coisa é certa: a conta irá chegar. Governos podem postergar e aumentar a bola de neve, mas você deve estar preparado para esse momento. Não confie em moedas lastreadas em lábia de burocratas e pseudo-economistas.

A Coinext faz uma comparação do Real e do Bitcoin, ela mostra a desvalorização de 83% em 25 anos de existência do Real . O ouro, por sua vez, é diferente, pois só se valorizou em relação às moedas estatais. No Brasil, já temos a nota de R$ 200 (duzentos reais), consequência da perda de valor da moeda a um nível que chega a ser desconfortável ter tanto papel que vale tão pouco. Muitas pessoas aplaudem e acham incrível quando o governo lança uma nova cédula, mas é porque ainda não chegamos no estágio do Zimbábue, por exemplo. Veja a nota de 100 trilhões de dólares zimbabuanos , que na prática vale apenas US$ 30 (trinta dólares). Ou seja, esse papel serve apenas para limpar seus resíduos fecais. Outros países com mega inflação, como a Venezuela e a Argentina, também têm suas notas absurdamente altas.

Toda vez que vamos ao mercado, em média os produtos estão mais caros. Isso é reflexo de muitas coisas, já que existem muitas variáveis envolvidas nos preços, mas a mais notável, ao longo prazo, é a perda do poder de compra do Real em 85% em 27 anos, conforme o gráfico de Fernando Ulrich mostra abaixo:

Gráfico da desvalorização do Real

Essa perda de valor não acontece apenas com a moeda brasileira, mas com todas as moedas emitidas por governos. A tendência é a quebra, principalmente porque a democracia é um sistema político sem incentivos para preservar riquezas. Pelo contrário, visa a gastança, pois tudo é público, e se tudo é público, tudo é de todos, se tudo é de todos, nada é meu, e se nada é meu, logo, não tenho por que cuidar como se fosse meu.

O ouro não pode ser impresso e inflacionado da forma como a moeda fiduciária que somos obrigados a usar é. No mundo (por enquanto, o planeta Terra) existem quantidades limitadas de ouro, sendo um elemento finito (escasso) em nosso meio, e por isso que ele se mantém forte e lhe assegura em crises. Quando o mundo vai mal economicamente ou politicamente, as moedas Fiat sofrem queda e o ouro dispara e muitos bancos, tanto públicos, quanto privados, se protegem com ouro.

Nenhum governo ou grande corporação é inocente. Todos sabem das vantagens de ter uma moeda segura, mas eles insistem nas moedas de curso forçado para poder controlar a economia, pois, eles têm total conhecimento de onde, com quem e com o que você gasta seu dinheiro, já com um sistema financeiro descentralizado isso não é possível.

Abaixo coloquei um interessante gráfico sobre a mineração do Bitcoin e do ouro .

Mineração do Bitcoin e do ouro

Problemas do ouro

Iniciando a seção na qual informo os problemas do ouro, quero antes frisar que neste artigo falo exclusivamente do ouro físico, e não dos títulos de ouro que podem ser adquiridos, por exemplo, em corretoras de investimentos. Particularmente, tenho um forte preconceito com quem compra algo que é material e prefere não ter em mãos. Você não tem como saber se o ouro em título realmente existe, é só um papel. Muitas pessoas já caíram em enrascadas com essa modalidade, pois é a mesma coisa de ter uma arma e deixar guardada no cofre de um banco. Quando você precisar dela, não terá contigo. Ainda mais na parte do ouro físico, se deixá-lo no banco, em tempos de crise, com certeza ele será confiscado. Lembrando que vivemos em um cenário onde grandes empresários se aliam a políticos, assim eles passam por cima da ética.

Com certeza, o ponto negativo principal na aquisição de ouro é sua portabilidade para proteção. É perigoso ter um ativo financeiro desse valor dentro da sua casa. Aconselho ter outros locais de confiança onde você possa deixar seus metais bem guardados. Fazer a própria custódia é muito difícil. Se não tiver alternativas, é quase que obrigatório ter boas trancas, portas reforçadas, grades, alarme, grandes cercas ou muros, câmeras, armas, conhecer quem entra na sua residência (até mesmo seus vizinhos) e ser uma pessoa mais caseira.

Outra questão negativa do ouro é sua falta de divisibilidade. Ele é muito complicado de ser trabalhado em pequenas quantidades, pelo seu valor e por ser um metal (matéria sólida). Imagine comprar um chiclete com ouro. Ficaria muito ruim dar pepitas (formato micro) para o comerciante que está te vendendo. Por isso, acredito que a moeda não deve ser única. Precisamos de outras, como a prata, bronze, criptomoedas e outras. O ouro não resolve todos os problemas.

Vejo a falta de divisibilidade do ouro por um lado positivo também, porque pode ajudar você a economizar, o que é muito bom, pois poupar é extremamente positivo para o mercado (apenas o estado e outros vagabundos gostam da queima de capital). Você preserva o que gera de valor, respeita seu dinheiro e compra apenas o que realmente precisa. Já que usar seus metais como moeda pode ser complicado no seu dia a dia.

O consumismo é uma prática totalmente materialista. Os marxistas podem não ter como prioridade a poupança, pois são contra o acúmulo de recursos. A verdade é que é muito comum ver um materialista reclamando que está sem dinheiro, culpando sempre o “grande capital”. Porém, esses indivíduos só pensam em viver o momento. Poupar faz bem para investir em suas empresas no futuro ou para trazer mais segurança financeira.

A falta de divisibilidade do ouro pode diminuir o consumo exagerado, beneficiando o meio ambiente e a criação de moedas concorrentes do ouro. Nada é perfeito e nada deve ser monopolizado. A descentralização é importante.

No Brasil, o ouro precisa ser declarado se for comprado de uma DTVM ou outra instituição financeira autorizada pelo Estado. Muitos indivíduos compram joias e outros artigos escassos, como obras de arte (até mesmo digitais, como os NFT’s ), para preservar seus recursos. No entanto, não sabemos até quando não teremos que declarar ao governo essas outras coisas.

Se você comprar ouro de uma pessoa onde só vocês sabem dessa troca voluntária, estará livre da Receita Federal . Lembre-se de que o fruto do seu trabalho é apenas seu, não do Estado. É legítima defesa proteger seus recursos, não podemos admitir que nosso esforço diário seja subtraído por nenhum órgão estatal!

Ouro na indústria e medicina (saúde)

Dentro da indústria , o ouro é usado na composição de elementos para computadores, celulares, aviões, carros e outras milhares de soluções. Ele é tão aproveitado porque é o terceiro melhor condutor elétrico e não é oxidável. Pode ser deixado mofando por anos, que continuará idêntico.

É um elemento muito bonito e que demonstra valor. Essas são características que a indústria de joias busca para seus produtos. Por ser super usado no mundo em diversos setores, o ouro sempre será requisitado. É um ótimo ponto para você começar a adquiri-lo.

Os alquimistas deram um passo muito importante na Idade Média: o uso do ouro para curar problemas de saúde . Era muito comum ingeri-lo para sarar diversas questões também. Ele não é um material tóxico, então é também muito usado na odontologia, por exemplo, na criação de dentaduras, no setor de dermatologia (tratamentos de pele), na composição de remédios para cuidar de dores e feridas, reparação de ossos, nervos, vasos sanguíneos e retardar cânceres.

O ouro na medicina é incrível, cada vez mais está dentro desse setor. Gosto da análise que o metal precioso previne não só doenças dos seres humanos, mas também econômicas.

Alquimista trabalhando e lendo

Cientistas já conseguiram fazer um novo ouro em laboratório . Porém, é muito custoso, extremamente mais que o valor do próprio metal em si. Isso corta os incentivos para essa prática e mantém a segurança de ser um material escasso. Fora que esse modelo de “ouro sintético” tem uma estrutura diferente. O mundo precisa do ouro para solucionar problemas através de soluções mercadológicas. Ele se mostrou presente em diversas áreas desde a antiguidade durando até hoje.

Conclusão

Não pretendo convencer ninguém das minhas teses. Sonho no dia em que possamos ter uma espécie de P2P com ouro!

A curto prazo, vejo o ouro como apenas uma reserva de valor, mas no futuro, devido ao caos político e ao progressismo financeiro, a ideia de novas moedas irá crescer. Existem entusiastas criando produtos para essa volta do ouro. Com o crescimento da internet e divulgação de conteúdos como esse, o ouro tende a evoluir e voltar para a mão do povo. Enquanto os Estados Unidos imprimem dólares para a massa, o FED compra ouro em toneladas. Órgãos estatais são assim: entregam o pior e mercam o melhor, bancados involuntariamente pelo trabalho alheio.

Infelizmente, devido à força de coerção social de vários estados, somos muitas vezes obrigados a ser otários e usar suas moedas fiduciárias. Porém, temos que começar a aderir às novas formas de fazer trocas. Precisamos garantir nossa segurança financeira. A revolta está aí.

Conheço muitos lugares que vendem e compram ouro, mas a propaganda deles não me interessa agora. Apenas as ideias. A minha vida não é igual à sua, porém, peço que reflita e encontre o que lhe convém mais, até porque o ouro tem seus problemas, como relatei anteriormente.

O ouro pode ser uma ótima opção para deixar de herança para futuras gerações (boa vantagem). É algo físico, palpável e milenar, como as terras (imóveis). Por fim, existem muitas formas alternativas de você se proteger de governos e das crises que eles geram. Nunca coloque todos os ovos em uma cesta só. Pesquise e estude.

Fique esperto se for comprar metais. Saiba da procedência, tenha cuidado ao armazenar e tenha pelo menos o mínimo de noção da verificação de veracidade dele. Existem muitos testes simples e complexos para verificar metais. A internet está aí, assim como bons equipamentos que fazem isso e profissionais de confiança para ajudar.

Existem outros materiais interessantes, como paládio, platina, ródio e outros. Mas como moeda, o ouro e a prata são mais comuns. Lembre-se de que o ouro é um próximo passo para uma vida mais segura. Antes, tenha uma casa, comida, dívidas pagas e armas. Comece pelo básico.

Acabei colocando o título do artigo baseado no longo prazo, dificilmente alguém perderá valor com ouro, pois, ele respeita sua força de trabalho, seu suor não cairá em vão.

Seu indivíduo e sua família são mais importantes do que um senso falso de nação soberana (coletivo). Proteja-se. Obrigado por ler até aqui. Fique à vontade para copiar, compartilhar, criticar e elogiar este texto, pois ideias não são finitas.


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