Traduzido por: OneTimePad
Revisado por: Jefferson, Matheus Bach
Hal Finney
1994
De Mike Ingle <MIKEINGLE@delphi.com>
Mas o governo poderia proibir um livro hoje? Claro que não, pelo menos não depois que uma pessoa digitou ou digitalizou em um computador. Ganhos tecnológicos são permanentes. A abordagem política é útil apenas como arma tática, para segurá-los até que as soluções tecnológicas estejam prontas. Se você quer mudar o mundo, não proteste. Escreva o código!
Esta posição parece estar se tornando rapidamente o dogma cypherpunks, mas eu não concordo. A ideia de que podemos simplesmente desaparecer no ciberespaço e ignorar as desagradáveis realidades políticas é irreal no meu ponto de vista.
As pessoas esqueceram a proposta do Clipper, para seguir em frente e tornar ilegal a criptografia não-Clipper? Na medida em que esta proposta foi ou será derrotada, isso acontecerá por meio de manobras políticas e não da tecnologia.
As pessoas esqueceram a investigação de exportação do PGP? Phil Zimmermann não esqueceu. Ele e outros estão enfrentando a perspectiva de dez anos de prisão se forem considerados culpados de exportação ilegal. Se alguém tiver alguma sugestão sobre como escapar da prisão para o ciberespaço, eu gostaria de ouvir a respeito.
O SecureDrive de Mike é um ótimo programa para proteger a privacidade. Mas se quisermos manter as chaves em segredo das investigações com motivações políticas, temos de nos basear na Quinta Emenda, muito política e não tecnológica (uma alteração que Mike Godwin da EFF e outros alegam não proteger realmente a divulgação de chaves criptográficas). Mais uma vez, precisamos ganhar vitórias políticas, não tecnológicas, se quisermos proteger nossa privacidade.
Eu até questiono o ponto de Mike sobre a incapacidade do governo de proibir livros. Veja a dificuldade em manter o PGP disponível neste país, mesmo sendo legal. Não só os sites FTP são constantemente fechados, como os servidores principais também. E esse software é legal.
Claro, este software está atualmente disponível no exterior, mas isso ocorre porque as únicas limitações legais do PGP são os problemas de patentes dos EUA. Imagine o quão pior seria se a criptografia não-EES (Escrowed Encryption Standard) fosse tornada ilegal em uma ampla gama de países, com regras rigorosas de acesso à rede para países que promovem um software ilegal? Aqui, novamente, esse tipo de decisão será tomada no âmbito político.
Fundamentalmente, acredito que teremos o tipo de sociedade que a maioria das pessoas quer. Se queremos liberdade e privacidade, devemos persuadir os outros de que elas valem a pena. Não há atalhos. Retirar-se para a tecnologia é como se esconder embaixo dos cobertores. É uma sensação boa por um tempo, até que a realidade nos alcance. A próxima proposta de Clipper ou da Telefonia Digital fornecerá um despertar rude.
Hal Finney hal@rain.org
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